7.04.2012

Entrevista de Kimi Raikkonen para Auto Sprint – Traduzida!

KIMI - você conhece?

Por: Alberto Antonini
Imediatamente você percebe que ele “é de outra”. De outra geração, primeiramente: porque ele não é como alguns pilotos modelinhos de hoje, porque pilota visando à correção e sempre atrás do volante, porque não sorri forçadamente. Mas, por baixo, Kimi Raikkonen está um pouco mudado. Não é mais monossilábico, faz um esforço para ser compreendido, e abandonou os murmúrios indistintos que rederam a ele o apelido de “Rantolen”. Mas ele ainda usa a aba do boné em linha reta, como se fosse um jóquei. Mas em comparação com outro cavalo, ou Michael Schumacher, ele o superou. Talvez, talvez, não ganhe, mas chegou ao pódio em algumas semanas. O que falta agora é uma vitória do Kimi. Não andou lá essas coisas em Valência. Em Silverstone começou como um dos favoritos, além do fato de que a Lotus tem sido favorita em todos os lugares, mas algo sempre acontece.
Mas queríamos algo mais ou diferente das tediosas pré-corridas, as declarações previstas. Nós queríamos ir a fundo por dentro da personalidade que deve conter mais do que aquilo que é vislumbrado por fora de sua concha. Raikkonen ainda é um personagem, outra é que ele é um grande piloto. Tem seu tipo de ironia, diversão própria. “Eu falo em voz baixa porque sempre falei. Não sei se é timidez ou o que. Sempre fui assim. Não sou uma contradição porque coloco o capacete do James Hunt (como fez em Mônaco) sou apenas eu - não vejo o porquê deveria dar-lhe algumas ocasiões... Eu vivo a minha vida como eu quero, é obvio que você muda envelhecendo, mas não é por isso que estou mudando a minha filosofia”.

P: Num período de um ano você passou por experiências diferentes: corridas americanas, Rallies, aventuras no Esporte. Qual delas mais te impressionou e porque voltou a F1?
“Bem, são coisas bem diferentes e não sinto necessidade compará-las. Não voltei a F1 por dinheiro ou por diversão. Voltei porque quero correr e a F1 é o melhor lugar para fazer isso”.

P: A sua luta na pista se interrompeu com a Ferrari em 2009. O que aconteceu com o seu contrato para acabar um ano antes e dar lugar para o Alonso. No começo deste ano, o que você disse era que não se importava mais, agora?
“Eu estava bem com eles, eu ganhei um Mundial e eu venci um título mundial e agora eu não tenho mais sentimentos direcionados para eles, nem bons e maus. Estou feliz com tudo que eu tenho, provavelmente coisas que você poderia ter feito melhor,mas quem se importa? Sim, eu sei o porque eu não estava com eles. Mas não adianta mas falar. Como eu disse, não tenho por ninguém.

P: Mas, quando você olha para trás – nesses momentos, você está mais satisfeito ou mais decepcionado?
“Na época tive o prazer de ir. Talvez você fizesse algo diferente, mas o que está feito está feito”.

P: Você se arrepende do fato que quando você saiu da Ferrari poderia ter assinado com a McLaren? O que até então que dizem é você pediu um preço muito alto?
“Não é verdade. O ponto é que eu não consegui ver motivos para assinar por certo número de messes. Não estava desesperado, não é como se eu teria feito qualquer coisa para ficar na F1”.

P: É lícito você dizer que o ambiente da equipe está se tornando mais importante do que competitivo?
"Mas é. É assim em todos os lugares, não apenas na F1. Se você não gosta do lugar onde você trabalha, não dura muito.”

P: E agora, após oito corridas, como se sente na Lotus?
“Eu me senti bem aqui desde o começo. As pessoas estão bem, muito descontraídas. Eles querem correr e não fazer política demais”.

P: Tecnicamente, se você tivesse alguns problemas, por exemplo, com a direção. Dizem que você tentou muito, mas ninguém realmente se adaptou o modo como você dirige. Você pode explicar o por que?
"Bem, é só que nos últimos anos eu dirigi carros que tinham sistema de direção muito bom. O que eu sei aqui são alguns detalhes estão sendo trabalhados para poder funcionar melhor, é exatamente por isso que insisto”.

P: No geral você não está feliz com a sua temporada até agora?
"Se você me perguntasse isso no início da temporada, estaria te enganado dizendo que ficaria feliz em terminar no pódio, como tem acontecido até agora. Mas quando você chega lá, você ainda quer mais. Estou mais do que feliz com o que eu tenho.”

P: Os problemas especificamente, não se arrepende?
“Teve algumas corridas que nãoforam realmente felizes. Além disso, se você se colocar em uma posição difícil na fase de classificação, então nãotem é muito o que fazer. Na corrida continua forte, mas aos sábado podíamos melhorar, se largamos na quinta fila, então não é fácil fazer algo de bom. "

P: Por que é tão difícil agora para trabalhar os pneus na F1? Parece que a Lotus, ao contrário de outros carros, nas baixas temperaturas sofre muito...
"Eu acho que todas as alterações são de corrida para corrida, de circuito em circuito, dependendo da condição. Às vezes, apenas a variação de temperatura é de cinco graus, porque algo começa funcionar melhor. A dificuldade é essa, entender o tempo da dessa mudança de comportamento”.

P: Isso faz com que você hoje ache que sabe o porquê a F1 é tão "artificial"?
"Não, basicamente, as coisas é o mesmo que antes. Os pneus são diferentes, mas, no passado, foram alterados. O DRS lá move a asa, por isso hoje vemos mais passagens, mas se você não for rápido o suficiente você não pode mesmo ir com isso. Bem, eu não vejo muita diferença.”

P: Desculpe voltamos no ponto, mas porque justo o capacete do James Hunt?
"Porque eu gosto das histórias relacionadas a esse período. Dá uma ideia de que todo o ambiente era mais relaxado, você se divertia demais. Agora é muito diferente, e é normal. Você sabe o que, vendo que há muito mais dinheiro em jogo. Acredito que em todos os esportes, não apenas na F1, as coisas eram assim.”

P: Você ainda pensa em tentar novas experiências, como a Moto GP, já que você é apaixonado por motos customizadas e de Cross?
"Nada de especial. A moto não é comigo, dirijo somente na estrada. Eu não digo que seria a última coisa que eu iria tentar, mas no momento não pensei".

P: Qual é a coisa que você menos suporta na F1... Além das entrevistas?
"Então por que esta me perguntando?" Um sorriso finalmente. "Não, é aquela política. Mas isso sempre existiu no esporte, devemos aprender a viver com ela. Não se preocupe, eu vou pelo meu caminho.”

P: Mas você nunca perde a paciência, como quando você está dirigindo na rua e o cara na frente fica muito lento?
"Uma vez sim, eu fiz, fiquei preso na bagunça do trânsito, talvez porque eu estava atrasado para chegar a algum lugar. Agora eu não posso me importo tanto, então se você estiver na fila não faz diferença ficar com raiva. E então, como quando se mora na Suíça, você deve ser cuidadoso com o que você está fazendo. Eles são muito mais rigorosos na aplicação das regras."

P: Então, você nunca fica com raiva, afinal?
"Claro, de vez em quando acontece comigo... há algumas semanas foi à última vez. E essas coisas são normais, coisas pequenas da vida que não vai ter como fugir”.

P: Quantas corridas que você já viu na TV no período em que você não estava na F1?
"Muito poucas. Cinco ou seis vezes, eu diria.”

P: E a sua melhor corrida?
"Difícil dizer. Às vezes, a melhor não são necessariamente aquelas que se vence. No entanto, eu vou apontar a vitória no Japão (2005).”

P: Você fica bravo com você mesmo quando erra?
"Claro. Se eu fiz a estupidez, não há razão para esconder”.

P: Quem é o melhor piloto hoje, tirando você?
"E Como vamos saber? Cada um de nós pensa ser o melhor, mas provavelmente é o carro. Mas eu tenho certeza que muita pessoa, se fizessem algo mediano, imediatamente seria o melhor.”

P: E se você fosse um diretor de equipe, quais os pilotos que você colocaria na sua equipe?
"Estou contente por eu não ter esse problema."

Créditos: Auto Sprint | Tradução it- pt: The Iceman Brasil –ln

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