2.23.2013

Entrevista Exclusiva com o Piloto da Lotus Kimi Raikkonen

O campeão mundial de 2007, Kimi Raikkonen fez um bem sucedido retorno às corridas de Fórmula 1 com a Lotus ano passado, vencendo uma corrida e terminando em terceiro o Mundial de Pilotos. Agora, com o novo Lotus o E21 mostrando um ritmo impressionante nos testes da pré-temporada, o finlandês está ancioso para repetir o sucesso de 2012.
Como as preparacões para a temporada 2013 subiram uma marcha no segundo teste do ano em Barcelona, Espanha, Raikkonen avalia seu retorno ao esporte, discute sua abordagem nas corridas e explica porque suas ambicões não mudaram...
Q: Kimi, quando você avalia a temporada do ano passado – você sequer pensou que seria possível que você estaria na cerimônia do FIA Gala no final da temporada para receber o troféu de terceiro colocado no mundial de pilotos?
Kimi Raikkonen: Não, claro que não. Eu não tinha muitas expectativas. Eu não conhecia a equipe, nem o carro – só sabia que queria fazer o meu melhor e ver o que acontecia!
Q: Então o troféu foi uma agradável surpresa?
KR: É claro que seu objetivo é sempre esse, mas se você está em uma situacão completamente nova e não tem referência do que você é ou não é capaz, então você aceita isso com um sorriso.
Q: Houve apenas uma corrida em 2012 – o Grande Prêmio da China – no qual você não terminou nos pontos. O diretor da Lotus, Eric Boullier diz que seu ponto forte é seu ‘racecraft’. Você pode explicar o que é ‘racecraft’ para você?
KR: Ha, eu não tenho nada para explicar! Isso é muito simples – faco o meu melhor na corrida. Se dar certo – bom – mas não tenho qualquer plano. Isso é ‘racecraft’?
Q: Poderia ser isso que você comeca um pouco devagar, mas uma vez que você entra no ritmo você é muito superior a muitos outros pilotos?
KR: Isso soa muito categórico. É algo assim: às vezes é mais difícil do que em outras vezes. Às vezes você tem um carro bom, e em outras ocasiões você não tem. As pessoas tendem a mistificar coisas simples! (risos)
Q: Há aqueles pilotos que treinam intensivamente, por exemplo Jenson Button com seu triatlon, ou Mark Webber com ciclismo. Você não parece ser esse tipo de pessoa...
KR: Você não sabe disso – você não sabe o que eu faco! Eu faco minhas coisas, mas não tenho interesse em falar sobre isso! (risos)
Q: Para muitos, você foi o piloto de 2012. Depois de dois anos longe fazendo coisas como rali, você volta e pilota brilhantemente. O rali foi tão frustante que quando você voltou, você estava faminto por sucesso?
KR: Não. Acredite ou não, ainda quero fazer rali. Tive bons momentos e sabia desde o início que seria difícil. As pessoas dizem “oh, foi um fracasso”. De modo algum – comecei com zero experiência e devido a isso acho que pilotei muito bem. Com certeza, sai da estrada algumas vezes, mas se alguém acredita que pode fazer melhor, vá lá e prove!
Q: Mas sendo bem sucedido na Fórmula 1 de novo não é nada para ser desprezado ...
KR: Mas já fiz isso antes.
Q: Seu jovem companheiro de equipe, Romain Grosjean, teve um ano difícil em 2012. Você ofereceu algum conselho ou ficou de fora do problema completamente?
KR: Isso não é da minha conta então fiquei de fora. Não estou aqui para explicar o que fazer. Todo mundo tem seu próprio jeito de fazer as coisas e você não pode tão facilmente adaptar isso para outro alguém. Ele teve momentos difíceis, mas às vezes isso acontece. Assim é a vida.
Q: Então você não é o mestre Jedi que tomar um aprediz sob suas asas?
KR: Isso não é Hollywood  - isso é Fórmula 1. Tento solucionar meus próprios problemas.
Q: Aos 33 anos, você é atualmente o segundo piloto mais velho do grid. Maturidade ajuda ou isso é completamente superestimada?
KR: Isso não é bom! (risos) Com certeza experiência ajuda um pouco, mas eu nunca calculei qual é o ponto que você tem bastante experiência. O que vem então? Se você fizer mais de 10 mil corridas, eu não acho que isso vai te fazer muito melhor. Acho que o mais importante é que você possa olhar para trás, em experiência de temporadas anteriores com sua equipe. Se você tem experiência com sua equipe e as pessoas lá, isso ajuda.
Q: Parece que você se encaixou muito bem na Lotus. Na sua opinião quais foram as razões para isso?
KR: A Lotus é uma verdadeira equipe de corrida – eles querem correr e não se importam muito sobre as outras coisas. Não há muitas equipes que fazem isso. Há muito mentos política do que em muitas outras equipes. Eu gosto disso aqui. Com certeza há coisas que a equipe não tem – nós não tenhos o dinheiro das grandes equipes – mas nós estamos todos tentando fazer o nosso melhor com aquilo que temos.
Q: Olhando para 2013 e o novo carro, o primeiro teste em Jerez pareceu ser muito positivo para a equipe. Você pode confirmar isso?
KR: Nós não tivemos nenhum grande problema em Jerez. O maior problema aqui e em Jerez foi basicamente o novo software. Perdemos todos os dados quando estavámos correndo – isso não é muito bom quando você está testando e você tem alguns problemas com algumas partes e você não pode ver isso em tempo real. O carro em si está indo bem – simplesmente temos que concertar o estupido sistema de dados.
Q:  Há alguma área na qual você gostaria de melhorar no carro?
KR:  Os sonhos dos pilotos são todos sobre downforce! Isso ti faz mais rápido e ti ajuda a economizar seus pneus.
Q: Após tantos anos na Fórmula 1, suas ambicões mudaram?  Ou o titulo mundial é ainda o que você quer?
KR:  Caso contrário eu não estaria aqui! Com certeza você tem que ser realista sobre suas chances, mas depois do ano passado, deveremos ter uma chance.  Nós não temos o dinheiro, mas se conseguirmos isso certo e pudermos ser consistente e confiável então provavelmente podemos colocar nós mesmos em uma posicão onde pelo menos temos uma chance. Vamos tentar, mas não estou fazendo promessas.
Q: O que seria um bom ano para você?
KR: Ano passado com mais vitórias.
Q: Você é ainda o última campeão da Ferrari, isso ti surpreende?
KR: Ha! Sim isso é legal. Mas isso mudará um dia. Talvez esse ano, talvez no próximo ano!
Fonte: Formula1. com / Traducão: The Iceman Brasil Team - @Arli_Racegirl

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