Fonte: Tazio Autosport
A Lotus confirmou na manhã desta quarta-feira a saída do
diretor técnico James Allison e a promoção de Nick Chester, até então
diretor de engenharia em Enstone, ao primeiro cargo.
Mentor do E21, carro que ocupa a vice-liderança do campeonato,
Allison ainda não confirmou seu destino, mas a imprensa inglesa já
especula a transferência do projetista para a Ferrari. Chester, por sua
vez, se disse lisonjeado pela promoção.
“Sou grato à administração de Enstone pela confiança. Estou muito
consciente sobre a necessidade de continuar o desenvolvimento do E21,
enquanto adequamos o carro de 2014 a um conjunto de regras muito
diferentes [da atual temporada]. Vêm por aí momentos emocionantes em
Enstone e estou honrado por participar disso”, disse o projetista, que
atua na equipe desde 2000.
“Ele já está envolvido diretamente com este [E21] e os carros do ano
que vem, garantindo uma transição tranquila, que vem acontecendo há
algum tempo. Em nome de toda a equipe e, individualmente, gostaríamos de
agradecer a James Allison pelo esforço durante suas três passagens por
Enstone e desejar-lhe tudo de melhor em seus futuros empreendimentos”,
completou o chefe de time Éric Boullier.
Segundo a publicação britânica “Autosport”, Allison, principal mentor
do E21, carro que ocupa a vice-liderança do campeonato, teria se
demitido da Lotus.
Como a McLaren descartou sua contratação e a Mercedes possui um
excesso de diretores técnicos, cogita-se a transferência do projetista
para a Ferrari, que vem recrutando novos engenheiros nos últimos anos. O
inglês trabalhou no departamento de aerodinâmica de Maranello entre
2000 e 2004, no auge da chamada “Era Schumacher”.
Esta foi a terceira passagem de Allison por Enstone. Formado em
Cambridge, ingressou no departamento de aerodinâmica da extinta Benetton
– antecessora da Lotus – em 1991, e após dois anos, se transferiu para a
Larrousse. Com o fim da equipe francesa, voltou à Benetton em 95 e
continuou em Enstone até 2000, quando foi contratado pela Ferrari para
ser um dos chefes de aerodinâmica.
Após participar do pentacampeonato consecutivo de Michael Schumacher,
voltou à Inglaterra em 2005 para assumir o cargo de vice-diretor
técnico na então Renault. Quatro anos depois, com a saída de Bob Bell,
Pat Symonds e Flavio Briatore após o escândalo do “Crashgate”, assumiu a
direção técnica da Renault – e, posteriormente, da Lotus.
ANÁLISE
Esta, definitivamente, não é uma boa notícia para Lotus. Embora às vezes passe do ponto nos experimentos – lembra do impopular escapamento dianteiro em 2011? –, James Allison é um dos projetistas em ascensão na F1. Tem boa base técnica, trabalhou com gente de respeito (Rory Byrne, Robin Herd, Ross Brawn) e era um pilar importante na Lotus, tendo recusado diversos contratos mais lucrativos por confiar no potencial do time e na chegada de recursos.
Além disso, há quem diga que a saída de Allison provoque uma movimentação no mercado de pilotos no ano que vem. A razão? Kimi Raikkonen. O finlandês confiava bastante no trabalho do engenheiro britânico e, com a saída do último, sua confiança no projeto da Lotus pode minguar. Com a carreira em alta e a Lotus numa crise financeira, não é difícil imaginar o escandinavo mudando de garagem no ano que vem. [Lucas Berredo]
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